Incorporação Imobiliária: Entendendo os Aspectos Jurídicos e Mercadológicos

A Lei nº 4.591/64 é o marco legal que rege a incorporação imobiliária no Brasil. Esta lei estabelece as diretrizes para a construção e comercialização de unidades imobiliárias em edifícios divididos em apartamentos autônomos. Os principais pontos incluem:

  1. Conceito de Incorporador: O incorporador pode ser qualquer pessoa, física ou jurídica, que se compromete a construir um edifício ou conjunto de edifícios de apartamentos autônomos para venda. O incorporador não precisa ser o proprietário do terreno, mas deve ter autorização do proprietário para executar a incorporação.
  2. Registro da Incorporação: Antes de iniciar a venda das unidades, o incorporador deve registrar o projeto de incorporação no Cartório de Registro de Imóveis. Este registro é crucial, pois garante transparência e segurança jurídica aos compradores.
  3. Documentação Necessária: Para o registro, são exigidos documentos como o título de propriedade do terreno, projeto aprovado pelas autoridades municipais, memorial descritivo da obra, e cronograma de construção.
  4. Penalidades: A lei também estabelece penalidades para incorporadores que não seguem as normas estabelecidas, incluindo sanções civis e criminais.

Diferenciação de Outros Empreendimentos: A incorporação imobiliária difere significativamente de outros tipos de empreendimentos, como construções por empreitada e loteamentos:

  1. Construção por Empreitada: Neste modelo, um proprietário de terreno contrata um construtor para realizar uma obra, pagando um preço fixo ou variável pelo serviço. Diferentemente da incorporação, na empreitada, o contratante já possui o terreno e normalmente o objetivo não é vender unidades, mas sim utilizar o imóvel construído para fins pessoais ou empresariais.
  2. Loteamentos: Loteamento envolve a divisão de um terreno maior em lotes destinados à construção de imóveis independentes. Ao contrário da incorporação, que se concentra na construção vertical (apartamentos, salas comerciais), o loteamento foca na venda de terrenos para construções futuras pelos compradores.

Características do Projeto de Incorporação: Projetos de incorporação imobiliária têm características distintas:

  1. Projeto Arquitetônico: Deve cumprir normas urbanísticas e ser aprovado pelos órgãos municipais. Este projeto detalha o design e a estrutura do edifício, incluindo áreas comuns e privativas.
  2. Aprovações Governamentais: Além da aprovação do projeto arquitetônico, o incorporador deve obter licenças ambientais, de construção e funcionamento, assegurando que o empreendimento atenda a todas as regulamentações legais e urbanísticas.
  3. Comercialização das Unidades: Após o registro da incorporação, inicia-se a venda das unidades. Essa fase deve seguir as regras estabelecidas na lei, como a disponibilização do memorial descritivo e a fidelidade ao projeto aprovado.

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